março 04, 2009

A Dor do Amor

Ela tinha o sonho de encontrar o amor, Maria Joana, chamavam-lhe na rua quando passava pelas pessoas. Dezasseis anos, corpo de mulher adulta, cabelos negros mas para os olhos nunca lhe olhei. Nascida e criada mesmo no inicio da minha rua, cresci com ela e conheço-a como ninguém. Conheço também como ninguém a história do dia em que Maria Joana conheceu o amor e este a matou.
Um dia, na paragem dos autocarros, conheceu um daqueles rapazes que querem viver rápido, quando mais rápido melhor, típico da idade... Ela não sabia o nome dele, nem quem era... simplesmente deixou-se levar pela emoção, pelo mistério talvez!
Durante meses, levaram a vida como um só, brincaram com o mundo, descobriram sentimentos ainda por trabalhar, não sei se foram felizes mas agiam como tal.
Mas o amor é teimoso e teima em multiplicar-se, e há um dia em que a sua semente dá um fruto. Fruto esse que pode matá-lo num momento ou sufoca-lo pouco a pouco. Foi no dia em que descobriu que o seu amor havia dado um fruto que Maria Joana percebeu que o amor pode magoar.

Quando soube da gravidez dela, ele simplesmente desapareceu, nunca mais voltou... Maria Joana deu à luz um filho, um rapaz... mas sozinha, completamente sozinha... Foi aí que ela percebeu a dor do amor e nunca mais o procurou.

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